endorfina, dopamina, nicotina
tudo no meu corpo flechado, enfeitiçado, dopado
você enraizado, amordaçado
sem dor, morfina, amor
no meu corpo tatuado
depois disso, defina, meu bem
este é enfim meu estado
segunda-feira, 25 de agosto de 2014 Leave a comment
tudo que quero são os carinhos
sua mão sempre deslizando
nas curvas do meu corpo
seus dedos no meu cabelo
suas palavras no meu ouvido
sua barba na minha nuca
quero seus olhares precisos
seus passos por perto
seu cheiro presente nos livros
suas tintas, seu jeito esperto
seus quadros na parede
seus desenhos espalhados
suas roupas pra dobrar
de você fazer fotografia
seus olhos olhar
um café pra dois
sua voz a ecoando: bom dia
tudo que quero é amor
é cantar pra alguém
tudo que quero
é você que tem
segunda-feira, 30 de junho de 2014 Leave a comment
Discurso de uma mãe vazia.
(Kiko Dinucci)
Passa na carne a navalha
Se banha de sangue
Sorri ao chorar
Cobre o amor na mortalha
Pra ele não acordar
Sente no fel deste beijo
O agouro da morte
A se revelar
A vida sem endereço
E sem lugar pra ficar
Vem despedaçado
Vem, meu bem querer
Vem aqui pra fora
Vem me conhecer
A ferida se abriu
Nunca mais estancou
Pra vc se espalhar
Laceado
Mas o chão te engoliu
Toda a lida findou
Pra vc descansar no meu braço
No meu braço
quarta-feira, 2 de abril de 2014 Leave a comment
LIBERTA DE OTELO
Não se pode mais ser clichê, ser comum, ser parnasiano, ser simples ou clássico. Tudo agora precisa de "algo mais", do "alternativo diferente"? Do estético, intelectual e também “aprazível”? Da metáfora clássica quebrada com o marginalismo do malandro moderno, da peça real vivida em vários atos mecânicos que se vestem de grandes personalidades e acreditam sempre no seu potencial dentro de um dom raro "pueril"?
Sei lá, me contento com os olhos profundamente verdadeiros, com palavras simples, mas verdadeiras. E principalmente palavras boas que não machucam, mas que acariciam. Acredito em declarações nos pagodes de boteco, no rótulo de bombom, na figurinha de chiclete. Basta o olhar dizer que é real, basta as ações realmente acontecerem, a não espera e o não “enfeitar do pavão”, o cavalheirismo natural em coisas incomuns, sem demandas, sem moleskines e mustaches.
Pois lá se vai mais um "poeta de primeira", fumando o seu próximo cigarro, de porre na Lapa, pois gritou a toa com a mulher que descreveu lindamente em seu papel reciclado. Tudo em nome da poesia, forçando uma cena de Cláudio Assis.
domingo, 30 de março de 2014 Leave a comment
domingo, 23 de março de 2014 Leave a comment
domingo, 9 de março de 2014 Leave a comment
Fiquei sim.
o
amor
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014 Leave a comment