LIBERTA DE OTELO



Não se pode mais ser clichê, ser comum, ser parnasiano, ser simples ou clássico. Tudo agora precisa de "algo mais", do "alternativo diferente"? Do estético, intelectual e também “aprazível”? Da metáfora clássica quebrada com o marginalismo do malandro moderno, da peça real vivida em vários atos mecânicos que se vestem de grandes personalidades e acreditam sempre no seu potencial dentro de um dom raro "pueril"?

 Sei lá, me contento com os olhos profundamente verdadeiros, com palavras simples, mas verdadeiras. E principalmente palavras boas que não machucam, mas que acariciam. Acredito em declarações nos pagodes de boteco, no rótulo de bombom, na figurinha de chiclete. Basta o olhar dizer que é real, basta as ações realmente acontecerem, a não espera e o não “enfeitar do pavão”, o cavalheirismo natural em coisas incomuns, sem demandas, sem moleskines e mustaches. 
Pois lá se vai mais um "poeta de primeira", fumando o seu próximo cigarro, de porre na Lapa, pois gritou a toa com a mulher que descreveu lindamente em seu papel reciclado. Tudo em nome da poesia, forçando uma cena de Cláudio Assis.

domingo, 30 de março de 2014

Postar um comentário